segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

"Não é hora para os biocombustíveis de segunda geração"

Janeiro 2010


Isto foi afirmado por Miguel Dabdoub, presidente da Câmara de biocombustíveis do governo do estado de São Paulo e coordenador do programa de Biodiesel / Brasil, no marco de uma conferência realizada na Escola de Engenharia de Madrid. O funcionário, nascido na Bolívia, se referiu a estes e outros temas em uma exposição intitulada "Biocombustíveis, alimentos e fome".

Dabdoub, cuja presença em diferentes palestras espanholas foi uma iniciativa da "Fundación Hispano Brasileña", fez uma breve história dos biocombustíveis, que políticas o Brasil aplicou para promover o seu desenvolvimento, quais são as possibilidades de diferentes vegetais, e as perspectivas de futuro tanto no mercado como na investigação.
Segundo Dabdoub, na década de 30 do século passado "França e Bélgica começaram com os biocombustíveis, especialmente nas colônias que tinham na África, e mais tarde foram a França e a Alemanha que desenvolveram o tema desta vez como um modo de regular alimentos."

Uma nova etapa se viveu a partir da crise do petróleo de 1973. "Neste momento -disse Dabdoub- o Brasil importava 95% do petróleo que consumia. Foi quando além de iniciar um programa de exploração do petróleo que agora está dando seus resultados, originou a gestão Programa Nacional do Álcool (Proálcool), que começaria em 1975."

A partir do Protocolo de Quioto de 1997, a questão dos biocombustíveis "tornou-se uma questão ambiental, embora a questão geopolítica entrou em conflito com a guerra do Iraque em 2003 e o aumento do preço do petróleo", disse Vazquez.

Com os atuais 28 bilhões de litros de etanol que o Brasil produz por ano, e a exploração do petróleo, o país é auto-suficiente e exportador futuro deste combustível fóssil. Ele já é, em grande parte, do primeiro.

“Há que frisar que o petróleo dará para 20 ou 25 anos de consumo”, disse Dabdoub, pelo que destacou a crescente importância do etanol e do biodiesel, no primeiro caso, com cana-de-açúcar, mais barato que o milho.

Especificamente, o oficial brasileiro apelou a um sistema global, que envolve a África e a América Latina, permitindo a integração, com a utilização de cada uma das fases da produção de biocombustíveis, tanto para os fertilizantes, como para a alimentação, e citou o caso da soja.

Falou que da soja, 20% é usado como óleo e depois para o biodiesel, mas o resto são proteínas e outros elementos que podem ser usados na indústria de alimentos e, portanto, negou a dicotomia entre biocombustíveis e alimentação. Além disso, disse que por tudo que concebem, as fontes de alimentação são melhores que as não alimentícias para a geração de energia.

Enquanto dos chamados biocombustíveis de segunda geração, disse que "ainda não é hora, deve ser incentivada a pesquisa e prevêem um futuro distante, pois terão que melhorar a eficiência e desenvolver a viabilidade econômica."

“ Falta muito para desenvolver com a primeira geração, e ainda não há conhecimento suficiente", concluiu Dabdoub.

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