Gordura de carne gera biocombustível
A Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), a empresa Irmãos Monteiro, de Ílhavo, e a Universidade do Minho (UM) estão desenvolvendo um projeto destinado a transformar gordura de carne em biocombustível.
"FatValue" é o nome dado à parceria que envolve as três entidades e pretende dar uma contribuição para a resolução de alguns problemas ambientais, financeiros e, até, de saúde pública.
Neste momento já estão sendo testadas três formas de aproveitamento dos resíduos pela equipe de investigadores da FEUP e da UM . Admite-se que até Março de 2011 seja possível começar a obter resultados palpáveis.
Uma das aplicações em estudo é o uso de ossos animais para a produção de biomateriais de regeneração óssea em humanos. Embora nem todos os ossos tenham condições para permitir este tipo de utilização, é possível usar neste processo ossos bovinos, como a tíbia, segundo Manuel Fonseca Almeida, docente na FEUP e responsável pelo programa "FatValue".
Torresmos produzem biogás
A equipe de investigação da Universidade do Minho está ocupando-se sobretudo dos resíduos animais não ósseos, nem gordurosos, como restos de carne, torresmos e couratos, que, por digestão anaeróbia, podem produzir biogás. Após esta transformação, os resíduos finais resultantes podem ser usados como fertilizantes orgânicos.
Segundo responsáveis pela FEUP, há dados que apontam para despesas diárias, em Portugal, na ordem de vários milhares de euros para gerir resíduos do abate de aves, bovinos, suínos e caprinos. A solução agora em estudo visa não só reduzir os custos na produção de carne, como transformar resíduos animais em produtos de valor, nomeadamente a gordura animal em biodiesel.
Financiado pela Agência de Inovação, no âmbito do Programa "SI IDT - Sistema de Incentivos de I&DT", o FatValue foi lançado em 2009, estando a sua conclusão prevista para Março de 2011.
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Expresso PT
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