quinta-feira, 22 de julho de 2010

Como adaptar sua empresa ao conceito de TI sustentável

Uma das principais decisões que devem ser tomadas na convenção sobre o clima da ONU (Organização das Nações Unidas), que reúne líderes de 192 países esta semana em Copenhague (Dinamarca), é a aprovação de um documento que vai dar continuidade ao Protocolo de Kyoto – que estabelece metas para redução na emissão de gases-estufa na atmosfera.

Do lado das empresas, a aprovação desse documento deve representar medidas mais rígidas dos governos para que as organizações adotem uma postura mais sustentável em relação ao meio ambiente. E, no caso específico do Brasil, as companhias devem ficar especialmente preocupadas, uma vez que ainda têm muito a evoluir no tema, de acordo com a sócia-diretora da consultoria Deloitte Marcia Ogawa Matsubayashi. “O executivo de TI tem papel determinante na adequação das empresas aos padrões de gestão sustentável”, afirma a especialista.

Ainda de acordo com Marcia, a área de tecnologia é certamente uma das que mais precisarão ser reformuladas nesse processo de mudanças. “O consumo energético com TI representa 2% de toda a energia gasta no planeta”, informa Marcia, que complementa: “Transportando esse número ao ecossistema corporativo, é possível imaginar os desafios que os CIOs encontrarão para adequar o departamento às políticas sustentáveis.”


De olho nesse cenário, a especialista formulou um conjunto de etapas que os gestores de TI devem passar para alcançar a sustentabilidade.

Desenvolvimento interno – o CIO de uma companhia que desenvolve tecnologias internamente deve esclarecer aos colaboradores que, a partir de então, tudo deve ser estruturado de forma sustentável. Ou seja, os softwares e aplicações precisam ser projetados sem a utilização de componentes tóxicos e com a preocupação de que eles sejam viáveis o maior tempo possível. Além disso, há uma exigência de que o CIO analise a integração de qualquer nova aplicação ou hardware ao atual ambiente, com o intuito de evitar investimentos desnecessários.

Uso consciente – mais do que exigir o desenvolvimento verde das tecnologias, é papel do gestor de TI evangelizar os funcionários sobre as formas de atuação mais sustentáveis, as quais incluem práticas para a redução do consumo energético (como a exigência de que todos desliguem as máquinas por completo antes de ir embora ao final do dia) e o compartilhamento de recursos (sejam eles tecnológicos ou referentes à rotina corporativa, como os materiais de escritório, por exemplo).

Reciclagem – todo gestor deve desenvolver políticas para que o lixo produzido pelo seu departamento seja reciclado e reaproveitado. No caso da TI, essa situação é ainda mais crítica, visto que além de componentes eletrônicos os líderes devem criar processos para o descarte e armazenamento de máquinas e dados.

Contratação responsável – as empresas estão inseridas em uma cadeia que inclui fornecedores, clientes e a sociedade. Assim como já feito por algumas companhias estrangeiras, as organizações precisam exigir que seus fornecedores adotem políticas sustentáveis. Embora o apelo financeiro para a compra de suprimentos mais baratos possa pesar nos orçamentos, o CIO tem de mostrar ao CFO e ao CEO como a adoção de tecnologias verdes, por exemplo, é capaz de gerar grande economia no longo prazo.

Proliferação – mais importante até do que todas as etapas anteriores, o líder tem de agir de acordo com o seu discurso. Nesse caso, isso implica em adotar posturas sustentáveis na vida pessoal e agir como um proliferador da consciência verde na empresa e na sociedade.

Autora: Patrícia Lisboa, da CIO

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