Joaquim Sousa tentou a vida em SP, mas foi na terra natal (Tauá), que se realizou
FOTO: RODRIGO CARVALHO
Faz um tempo que falar em energia gerada no Ceará é sinônimo de fontes renováveis. O vento quase que constante e o baixo período chuvoso do Estado saltaram aos olhos dos empresários desse segmento. Hoje, a chegada de novos parques eólicos é cada vez mais recorrente, além do Estado sediar a única usina solar da América Latina.
A 337 Km de Fortaleza, a MPX Energia S.A - do milionário Eike Batista - implantou a Solar Tauá, na cidade de mesmo nome, e é de lá que o eletrotécnico Joaquim Sousa, 39, supervisiona e faz a manutenção do 1MW (megawatts) gerado a partir das 4.680 placas de captação de raios solares. Ele é o único técnico a trabalhar nos 200 hectares da usina, e viu no seu serviço aquilo que o Ceará espera no setor energético: independência, progresso e ganhos maiores.
A 337 Km de Fortaleza, a MPX Energia S.A - do milionário Eike Batista - implantou a Solar Tauá, na cidade de mesmo nome, e é de lá que o eletrotécnico Joaquim Sousa, 39, supervisiona e faz a manutenção do 1MW (megawatts) gerado a partir das 4.680 placas de captação de raios solares. Ele é o único técnico a trabalhar nos 200 hectares da usina, e viu no seu serviço aquilo que o Ceará espera no setor energético: independência, progresso e ganhos maiores.
Na trajetória de Joaquim, assim como na do Estado, a investida em outras áreas aconteceram até ele descobrir o que valia mais a pena. Depois de migrar para São Paulo em meados de 1997, trabalhar como garçom e manobrista, voltou para Tauá, onde nasceu. Foi mototaxista até o início dos anos 2000, quando passou a prestar serviço para a Coelce. Local em que trabalhou até o ano passado. "Eu já consertava uma coisa ou outra no sítio dos meus pais, que ainda tem placas solares doadas pelo governo", contou ele sobre o projeto nacional que concedia instalação e material para quem morava longe da rede elétrica convencional.
Renda melhorou
Com quase um ano de trabalho, o salário de Joaquim triplicou, os dois filhos foram para escolas particulares e a perspectiva é de crescer ainda mais, a partir da ampliação da potência da Solar Tauá. "Trago meu filho (de 12 anos) de vez em quando na usina para ver se ele toma gosto e trabalha aqui no futuro", conta.
Pontualmente, Joaquim retrata um profissional que o setor de energia cearense busca ter. No entanto, apesar dos grandes investimentos de empresas como a MPX, que tem previsão de multiplicar por 50 a capacidade da Solar Tauá - já solicitada aos órgãos estaduais e à Agência Nacional de Energia Elétrica -, o Estado ainda não possui estrutura para tê-los em maior número.
"Mas até agora nenhuma crise impactou a geração de energia cearense. Pelo menos, não a curto prazo. Nós continuamos com um dos maiores potenciais do Nordeste", garantiu o presidente do Sindicato das Indústrias de Energia e de Serviços do Setor Elétrico do Estado do Ceará, o Sindienergia, Elias Souza.
Aposta que dá certo
A independência energética conquistada há pouco tempo é a prova que a aposta está dando certo e a estratégia certa é de "o governo estadual continuar dando os incentivos e agilizando as licenças de instalação pleiteadas com os órgãos ambientais", diz Elias.
Outro ponto ressaltado por ele é que a entrada de novos empreendimentos no Ceará proporcionará ainda a chegada de outras indústrias que alimentarão a cadeia, a exemplo da fábrica de pás e torres da Wobben, também no Pecém.
Ele ainda lembrou dos 17 parques eólicos em operação, os oito em construção e mais 40 aguardados pelo Estado, além das usinas que usarão resíduos sólidos a serem implantadas no Ceará por investidores da Alemanha, Espanha e Portugal, que irão fortalecer o setor.
Para o gerente de projetos da MPX, no que diz respeito às energias renováveis, "tudo vai ser acelerado quando o governo estabelecer os incentivos adequados - não só de tributação, mas também de cotas para as distribuidoras adquirirem percentuais de energia renovável".
Responsável pelos maiores investimentos em energia no Estado, o grupo de Eike Batista fechou, no ano passado, a implantação de um parque eólico com a Ceará Portos no valor de R$ 150 milhões nos arredores do Porto do Pecém, além dos R$ 6 bilhões para a construção de três termelétricas no Complexo Industrial e Portuário do Pecém, das quais duas são de propriedade do grupo brasileiro e uma em parceria com a Energia, de Portugal.
ARMANDO DE OLIVEIRA LIMA/ILO SANTIAGO JR. REPÓRTERES
fonte: Diário do Nordeste
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