Presidentes dos países que integram o bloco posam para foto na Coreia do Sul/Foto: Reuters
Os líderes das principais potências mundiais se comprometeram a evitar desvalorizações competitivas de moedas e a recomendar que os países "se abstenham" de tomar esse tipo de medida, uma das origens da chamada "guerra cambial" - disputa entre governos que envolve a cotação das moedas e prevê a tomada de medidas unilaterais para desvalorizar divisas. A decisão consta no comunicado final da quinta reunião de cúpula do grupo, encerrada nesta sexta-feira, 12 de novembro, em Seul (Coreia do Sul).
Outro ponto estabelecido no encontro foi o fortalecimento da cooperação internacional para reduzir os desequilíbrios globais. No "Plano de Ação de Seul", incluído no comunicado, o G20 destaca que se movimentará para um sistema de taxas de câmbio mais determinado pelo mercado. "As economias avançadas, incluindo aquelas com moedas de reserva, permanecerão vigilantes à volatilidade excessiva e aos movimentos desordenados das taxas de câmbio. Estas ações ajudarão a reduzir o risco de excessiva volatilidade nos fluxos de capital que alguns países emergentes enfrentam", destaca o texto.
Após dois dias de discussões, as 20 maiores economias do planeta alertaram que políticas econômicas não coordenadas podem ter consequências desastrosas para todos. Por este motivo, o G20 se comprometeu a "fortalecer a cooperação multilateral para reduzir os desequilíbrios excessivos na economia mundial".
O grupo de países ricos e emergentes também concordou em aplicar mecanismos para manter os níveis de conta corrente em categorias sustentáveis, de acordo com critérios que serão definidos por grupos de trabalho com apoio técnico do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Os líderes adotaram o novo marco regulatório "Basileia III", que exige mais fundos próprios aos bancos considerados importantes para o sistema financeiro mundial, com o objetivo de que resistam de maneira melhor a possíveis futuras crises. "Aprovamos o acordo alcançado no Comitê de Estabilidade Financeira (FSB, na sigla em inglês) sobre novas regras de capitais nos bancos e liquidez", informa o comunicado final do encontro de cúpula do G20.
Países emergentes ganham mais voz
Com informações de agências internacionais
Os líderes também manifestaram apoio à reforma do Fundo Monetário Internacional (FMI) que deu a economias como China, Brasil e Índia maior peso de decisão no organismo. A diretoria do FMI estabeleceu as mudanças, qualificadas de "históricas" pelo diretor da instituição, Dominique Strauss-Kahn, na reunião da última semana. "Esta reforma de resultados ambiciosos é uma etapa importante para um FMI mais legítimo, confiável e eficaz", comemoraram os membros do G20 no comunicado final.
A reforma aprovada no dia 6 de novembro pela diretoria do Fundo faz com que 110 dos 187 países membros do FMI tenham os direitos de voto aumentados. Os chefes de Estado e de Governo do G20 encarregaram seus ministros das Finanças e presidentes de Bancos Centrais a prosseguirem com a análise da reforma do FMI e do Banco Mundial. “Antigamente quem mandava na economia mundial eram dois ou três países, mas hoje há uma mudança. Agora não é mais assim”, observou o ministro brasileiro da Fazenda, Guido Mantega.
Mantega acredita que um futuro sistema de múltiplas moedas para manter as reservas econômicas, em vez de unicamente o dólar, é inevitável. "Isso começa a ser discutido, tornou-se um foco". De acordo como ministro da Fazenda, manter reservas em dólar “dá prejuízo”: “a tendência natural é que à medida que surjam outras economias, ocorra um sistema múltiplo de moedas. Mas não é uma coisa fácil nem rápida de se fazer", ponderou. Segundo ele, a dificuldade em se diversificar as moedas é atribuída ao fato de que o comércio está acostumado com o dólar
Com informações de agências internacionais
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